Nise da Silveira foi uma psiquiatra brasileira que dedicou sua vida ao estudo e tratamento de pacientes com transtornos mentais. Sua abordagem revolucionária e humanista para o tratamento desses pacientes transformou a psiquiatria no Brasil e no mundo.
Nascida em Maceió, Alagoas, em 1905, Nise estudou medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 1933, ela começou a trabalhar no Hospital Pedro II, no Rio de Janeiro, onde teve seu primeiro contato com pacientes psiquiátricos. Foi lá que ela começou a questionar a abordagem tradicional da psiquiatria, que tratava os pacientes com eletrochoques e lobotomias.
Nise acreditava que a arte e a criatividade poderiam ser usadas como ferramentas terapêuticas para ajudar os pacientes a se expressarem e a lidarem com seus transtornos mentais. Ela iniciou um programa de terapia ocupacional no hospital, onde os pacientes podiam pintar, desenhar e modelar em argila. Essa abordagem foi inovadora para a época, pois a psiquiatria era vista como uma ciência apenas médica e não levava em conta a dimensão subjetiva e social do paciente.
Em 1946, Nise fundou o Museu de Imagens do Inconsciente, onde colecionou trabalhos de arte produzidos pelos pacientes psiquiátricos que ela tratou. O museu foi uma das primeiras iniciativas a mostrar que as pessoas com transtornos mentais têm habilidades artísticas e criativas e que podem ser tratadas com respeito e humanidade.
Apesar de sua abordagem terapêutica inovadora, Nise foi perseguida pela ditadura militar brasileira nos anos 1960 e 1970. Ela foi presa e forçada a se aposentar do Hospital Pedro II, mas continuou a trabalhar em seu consultório particular e no Museu de Imagens do Inconsciente. Em 1981, Nise recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos em reconhecimento a sua luta pelos direitos dos pacientes psiquiátricos.
Nise da Silveira faleceu em 1999, deixando um legado importante para a psiquiatria e a arte brasileira. Sua abordagem humanista e criativa para o tratamento de transtornos mentais transformou a maneira como os pacientes psiquiátricos eram tratados no Brasil e em todo o mundo. Seu trabalho continua a inspirar profissionais de saúde mental e artistas em todo o mundo a promover a dignidade e os direitos das pessoas com transtornos mentais.