No dia 24 de janeiro de 2023 o planeta Terra completou 20 anos sem o rapper Sabotage. Nascido Mauro Mateus dos Santos, no dia 3 de abril de 1973, o ariano paulistano ganhou reconhecimento em todo o Brasil com seu Rap inigualável. Seu legado é referência até os dias de hoje e será lembrado para sempre. O álbum “Rap é Compromisso” (2000) é seu primeiro e único álbum solo, considerado uma pérola sagrada do Hip-Hop nacional. Hoje vamos conhecer um pouco mais da história dele e render essa singela homenagem ao rei do Canão.

Nem todos sabem disso, mas Sabotage foi assassinado a tiros faltando apenas três meses para o seu aniversário de 30 anos. A curta passagem pelo plano carnal lhe rendeu vida eterna na história da música. O consagrado “Maestro do Canão” foi retirado de cena em seu auge. Além de cantor e compositor, ele também fez participação no cinema, estreando no filme “O Invasor” de Beto Brant. Ele também participa de Carandiru, de Hector Babenco. 

Em 2016 foi lançado o álbum póstumo com o nome do artista: Sabotage. O trabalho tem produção musical assinada por Daniel Ganjaman, Rica Amabis e Tejo Damasceno. Tratam-se de releituras dos clássicos e gravações inéditas feitas entre 2001 e 2003. Apesar da discografia enxuta, Sabota fez participações importantes e registrou suas parcerias junto ao B Negão, em “Dorobô”; com Rapin´Hood, Sepultura, KL Jay, Jacksom e até com a banda Charlie Brown Jr.  

Criado pela mãe solteira, empregada doméstica, Sabotage caiu nas garras do crime e foi preso por furto ainda jovem. Sobreviveu à prisão e ao envolvimento com as drogas, antes de entrar para o Rap. Mesmo sem ter tido oportunidade de estudar, suas letras são de composição complexas e de temáticas relevantes ao cotidiano popular. Rimas raras e uma musicalidade sem igual, misturado ao flow característico de levada combativa, é o que se ouve na voz do Maestro. 

Revelado pelo grupo RZO, Sabota fez sua biografia baseada no real compromisso com o RAP. Sua vida virou documentário, é lógico. Um se chama “Sabotage – Nós” e conta a tragetória de sua caminhada até o lançamento de seu único álbum, intercalado por falas de seus filhos. E o outro é “Sabotage: O Maestro do Canão” (2015), dirigido por Ivan 13p e produzido por Denis Feijão, que reúne depoimento de amigos e familiares falando sobre a convivência com Mauro Mateus. 

Dez anos após sua morte, a história virou livro. O autor é Toni C. e o título é “Sabotage, um bom lugar: Biografia de Mauro Mateus dos Santos”, lançado pela editora LeteraRua. Em sua última entrevista, cedida à Trip, Sabota falou: “Eu vivo num mundo totalmente isolado. Analiso as coisas antes de fazer as paradas. Fico sentando de cantão, olhando. Então as pessoas falam: “Puta, aquele cara viaja 24 horas na maconha, será que ele pensa o quê? Será que ele não pensa em nada?”, refletiu. Mal sabia ele que todas suas referências ao “verdim” seriam muito bem assimiladas pelo público. Personagem eterno da cultura canábica brasileira, Sabotage é e sempre será um ícone de resistência.  

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