Apesar de ter sido o primeiro país do mundo a legalizar a cannabis, em 2013, o Uruguai ainda tem um próspero mercado ilícito.

A legalização da cannabis no Uruguai aconteceu durante o mandato de Pepe Mujica, em 2013, que tomou a decisão de liberar os usos da maconha com o objetivo principal de retirar o mercado da planta das mãos do tráfico.
Mas, segundo um estudo realizado por um instituto local que regulamenta a cannabis, apenas 27% dos consumidores uruguaios compram maconha legalmente. Portanto, o mercado ilegal se sobrepôs ao mercado legal no país.
A principal explicação para isso é que comprar cannabis no mercado ilícito é mais fácil do que no mercado legalizado.
A regulamentação da maconha para uso adulto no país tem um forte controle estatal, por isso os consumidores apontam que é mais rápido e fácil de comprar erva do tráfico.
No país, os cidadãos podem conseguir cannabis legalmente por três vias:
- pelo auto cultivo para consumo próprio
- pelas farmácias, onde existem poucas opções de cannabis e o nível de THC é limitado a 10%
- através dos clubes, que contam com número de membros limitados, portanto costumam ter filas de espera para novos membros
Para todas as opções, é necessário que você possua autorização do governo. Você pode se cadastrar de maneira fácil e receber a autorização sem complicações, mas existe esse fator.
Com todos esses ”obstáculos”, os consumidores veem o mercado ilícito como uma via mais prática de comprar erva: basta ligar para alguém que você conhece e pegar a maconha.
Pelo fato da cannabis ser completamente legalizada no país, os consumidores não enxergam o tráfico como algo problemático.
E, de fato, a legalização conseguiu reduzir a violência proveniente desse mercado ilegal, mas a venda de maconha de forma ilícita resiste.
A aposta do governo, agora, parece ser o turismo canábico para incentivar a compra no mercado legalizado.
Atualmente, apenas cidadãos uruguaios têm acesso à maconha legal, turistas acabam tendo que comprar ilegalmente.
Mas a ideia é fazer a demanda do mercado lícito crescer com o consumo dos turistas.
O maior problema para qualquer avanço desse cenário é que o atual governo de centro-direita e conservador de Lacalle Pou não é favorável às políticas relacionadas à maconha.
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Fontes: RFI e The Fresh Toast