Canabinóides menores e terpenos são fundamentais nos efeitos terapêuticos da cannabis.

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Um grupo de agências federais de saúde dos Estados Unidos criou iniciativas para apoiar pesquisas que explorem o potencial terapêutico de “canabinóides menores” e terpenos na maconha.

Recentemente, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH – National Institutes of Health) e oito de suas agências publicaram um aviso de interesse especial (NOSI – Notice of Special Interest), intitulado “Promovendo pesquisas mecanísticas sobre propriedades terapêuticas e outras propriedades biológicas de canabinóides menores e terpenos”.

Os canabinóides menores são fitocanabinóides menos conhecidos e encontrados em menores concentrações na maconha, como o delta-8 THC, CBN e CBG. Segundo as agências, as informações sobre esses canabinóides e sobre terpenos são, atualmente, insuficientes.

Estudos sobre CBD também são encorajados, devido a sua ampla aplicação na área da saúde.

“Este NOSI pretende apoiar estudos básicos e/ou mecanicistas altamente inovadores em organismos modelo apropriados e/ou seres humanos com o objetivo de investigar o impacto de canabinóides e terpenos menores nos mecanismos subjacentes aos seus efeitos terapêuticos”, diz o aviso.

“Estudos pré-clínicos de combinações de canabinóides menores com terpenos ou outros produtos naturais que podem aumentar seus benefícios terapêuticos e/ou diminuir os efeitos indesejados são encorajados”, complementa.

“Os mecanismos e processos subjacentes à contribuição potencial de canabinóides e terpenos menores para o alívio dos sintomas e a restauração funcional podem ser muito amplos, abrangendo diferentes condições patológicas e doenças. Este NOSI incentiva colaborações interdisciplinares entre especialistas de várias áreas, como farmacologistas, químicos, físicos, fisiologistas, neurocientistas, psicólogos, endocrinologistas, imunologistas, geneticistas, cientistas comportamentais, clínicos ou outros em áreas relevantes de investigação”.

Cada instituo do NIH têm solicitações específicas para pesquisadores.

O Instituto Nacional do Câncer (NCI – National Cancer Institute), por exemplo, quer “entender os mecanismos pelos quais os canabinóides e terpenos menores na planta de cannabis podem afetar a interceptação do câncer, o tratamento e a resistência do câncer e o gerenciamento dos sintomas do câncer”.

O Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa (NCCIH – National Center for Complementary and Integrative Health) disse que seu principal interesse é aprender como canabinóides e terpenos menores podem ajudar na dor.

O Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA – National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism) planeja investigar como o CBD e outros canabinóides podem tratar o transtorno por uso de álcool.

O Instituto Nacional do Olho (NEI – National Eye Institute) está procurando estudos sobre o potencial médico dos canabinóides no tratamento de glaucoma, degenerações da retina e uveíte.

O Instituto Nacional de Abuso de Drogas (NIDA – National Institute on Drug Abuse), enquanto isso, quer que os pesquisadores estudem os constituintes da cannabis no contexto do uso de substâncias e/ou transtorno de uso de substâncias, comorbidades relacionadas e infecção por HIV.

Os canabinóides de interesse particular incluem os seguintes:

  • Delta-8-THC
  • Canabidiol (CBD)
  • Cannabigerol (CBG)
  • Cannabinol (CBN)
  • Cannabicromeno (CBC)
  • Cannabicromevarina (CBDV),
  • Tetrahidrocannabivarina (THCV)
  • Ácido Tetrahidrocannabivarino (THCVA)
  • Ácido Tetrahidrocanabinólico ácido (THCA)
  • Carmagerol
  • Canabicitrano
  • Sesquicanabigerol.

Terpenos de interesse particular incluem os seguintes:

  • Mirceno
  • ß-cariofileno
  • Limoneno
  • α-terpineol
  • Linalool
  • α-felandreno
  • α-pineno
  • ß-pineno
  • β-terpineno
  • α-humuleno

Nesse contexto de incentivo à pesquisa, vale ressaltar que cabe ao NIDA fornecer a cannabis para o desenvolvimento dos estudos. Porém, especialistas e legisladores reclamaram sobre o fornecimento atual e exclusivo de maconha pelo instituto, apontando que a composição química dessa cannabis se assemelha mais ao cânhamo do que à maconha disponível nos mercados legalizados, potencialmente distorcendo os resultados da pesquisa.

O problema é que a legislação federal dos EUA mantém a maconha restrita sob a Lei de Substâncias Controladas, o que gera uma barreira às pesquisas, exigindo que os cientistas passem por um processo de registro complexo para acessar a maconha para estudos.

O NIDA tem sido pressionado em questões de pesquisa de cannabis, bem como no trabalho da agência em relação a outras substâncias, como os psicodélicos.

Ainda assim, a expectativa é que esse incentivo às pesquisas tragam mais luz aos benefícios terapêuticos da maconha como um todo.

Fonte: Marijuana Moment

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