Uma pesquisa descobriu que relacionamentos podem proporcionar uma sensação natural de felicidade, assim como o experienciado quando estamos chapades.

O que acontece quando “hormônios do amor” e “moléculas de felicidade” colidem?

Te deixa muito feliz como fumar um baseado, sugere um estudo.

O hormônio oxitocina (ou ocitocina), que tem sido associado ao vínculo interpessoal, pode aumentar o prazer das interações sociais, estimulando a produção de neurotransmissores semelhantes à maconha no cérebro, de acordo com um estudo da Universidade da Califórnia, Irvine (UCI).

A pesquisa fornece a primeira ligação entre a oxitocina – apelidada de “hormônio do amor” – e a anandamida, que tem sido chamada de “molécula da felicidade”, por seu papel na ativação de receptores canabinóides nas células cerebrais para aumentar a motivação e a felicidade.

”Hormônio do amor”

A ocitocina é conhecida por seu papel no amor e nas funções reprodutivas femininas. Também é chamada de ”química do abraço” e pode favorecer a criação de laços e vínculos entre pessoas, sobretudo casais.

O peptídeo, que é produzido por humanos e outros mamíferos, é liberado durante o parto e amamentação, bem como durante o sexo, com altos níveis observados em novos casais.

Com uma taxa maior de oxitocina geralmente detectada em mulheres, o ”hormônio do amor” é frequentemente citado como uma razão ”química” para as mulheres se apegarem mais aos homens após a intimidade sexual.

Além disso, um estudo descobriu que a oxitocina realmente ajuda a manter os homens monogâmicos. Depois de uma pequena borrifada da oxitocina, os participantes viram fotos de seus parceiros, com isso, pesquisadores descobriram que os centros de prazer do cérebro foram ativados e seu senso de atração renovado.

Mas é importante lembrar que não é só isso que justifica a atração, amor, vínculo emocional e sexual entre as pessoas.

O mais interessante, entretanto, é a relação da oxitocina com o sistema endocanabinóide.

Oxitocina e anandamida

Os pesquisadores da UCI conduziram o estudo em camundongos, analisando aqueles que tiveram permissão para interagir com outros e outros que foram isolados.

Eles descobriram que o contato social aumentava a produção de anandamida em uma estrutura cerebral chamada núcleo accumbens, que ativava os receptores canabinóides para reforçar o prazer da socialização. Quando os receptores canabinóides foram bloqueados, esse reforço desapareceu.

Os pesquisadores procuraram, então, uma possível conexão entre anandamida e oxitocina, que é bem conhecida por seu papel na promoção do contato social. Um pequeno número de neurônios no cérebro produz oxitocina e a usa como neurotransmissor. Quando os cientistas estimularam esses neurônios, eles viram um aumento na criação de anandamida. Mais importante, eles descobriram que bloquear os efeitos da anandamida também bloqueou os efeitos pró-sociais da oxitocina, o que implica que a oxitocina reforça os laços sociais induzindo a formação de anandamida – molécula responsável pela sensação de felicidade quando fumamos um baseado (e quando praticamos algumas outras atividades).

“A pequena proteína oxitocina, que é produzida pelos neurônios do hipotálamo, estimula a formação de uma molécula chamada anandamida, que potencializa o prazer das interações sociais ao se combinar com o mesmo receptor reconhecido pelo princípio ativo da maconha”, diz Daniele Piomelli, um dos principais autores do estudo, sobre suas descobertas.

Adicionando interesse médico a essa descoberta, os pesquisadores mostraram que interromper a degradação da anandamida aumentava o prazer do contato social. Os animais tratados com uma droga que interrompe a degradação da anandamida se comportaram como se gostassem de passar mais tempo com seus companheiros de gaiola do que os animais tratados com placebo.

Um estudo de 2011, conduzido por cientistas holandeses, revelou que a oxitocina faz as pessoas se sentirem mais extrovertidas, e pesquisadores clínicos estão investigando isso como um possível tratamento para os sintomas do autismo.

“Nossas descobertas abrem a animadora possibilidade de que drogas que bloqueiam a degradação da anandamida, que estão sendo testadas para vários transtornos de ansiedade, possam dar um impulso à oxitocina do próprio cérebro e ajudar as pessoas com autismo a se socializar mais”, disse Piomelli.

Fontes: UCI News e The Daily Beast

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