O uso medicinal da maconha já é legal em diversos países do mundo. O uso recreativo ainda avança lentamente.
Mas a expectativa é a liberação da erva à nível global nos próximos anos.

Especialistas apontam que estamos vivendo, atualmente, a era do fim da proibição da cannabis.
Depois de longas décadas de ‘Guerra às Drogas’, e mais de um século de tabus, países em todo o mundo estão se abrindo para o uso da maconha em todas as áreas: medicinais, recreativas, industriais e além.
O maior obstáculo para uma ampla legalização da erva nos países e regiões ao redor do globo é sua proibição nas Convenções da ONU. Porém, em 2020, a Organização – à pedido da OMS – reconheceu os potenciais terapêuticos da planta, o que ocasionou um aumento na liberação dos usos medicinais em vários territórios mundiais.
Muitos países estão optando por regulamentar a cannabis em seus próprios termos. E ao observar o exemplo do Canadá e diversos estados norte-americanos, por exemplo, mais nações percebem os benefícios da legalização e os efeitos negativos do proibicionismo.
O sucesso da indústria nestes locais está serve de exemplo para outros países seguirem e legalizarem os usos da planta.
Legalização do uso medicinal
A legalização do uso medicinal da maconha está avançando rapidamente.
Segundo dados da Prohibition Partners, especialistas em dados sobre a cannabis, no final de 2021, mais de 55 países já haviam legalizado a cannabis medicinal, seja a produção e consumo, ou a importação de medicamentos à base da planta.
Isso equivale a pouco mais de uma em cada cinco pessoas no planeta vivendo em um país ou estado com acesso à medicina canabinóide. Um número elevado, considerando que na virada do século praticamente zero pessoas tinham acesso a medicamentos à base de maconha.
Praticamente todos os continentes possuem um país que já legalizou o uso medicinal. A Ásia é o continente mais conservador, mas mesmo lá, a Tailândia se tornou pioneira ao liberar o consumo medicinal da erva.
A tendência é que todos os países sigam o mesmo caminho.
Legalização do uso adulto
Uso adulto é sinônimo de uso recreativo. Essa denominação tem sido mais utilizada porque nos países que regulamentaram tal consumo, apenas maiores de idade podem ter acesso legal, assim como acontece com as bebidas alcóolicas.
Até 2021, apenas Uruguai, Canadá e 21 estados nos Estados Unidos legalizaram totalmente esse consumo.
Colorado e Washington completaram dez anos desde que legalizaram esse tipo de consumo. Essa regulamentação já trouxe mais de um bilhão em receita tributária para os estados, somente de impostos sobre vendas. Além disso, o sucesso da regulamentação para a justiça, economia e saúde pública estão servido de exemplo para outros locais adotarem as mesmas políticas.
Muitos perguntam sobre a Holanda, mas a verdade é que a maconha no país não é legalizada sob a lei, apenas o consumo e venda é permitido, nos coffeeshops, mas não o cultivo e a produção. Portanto, não existe uma regulamentação completa para a planta, como nos outros países mencionados acima.
Mas, já está tramitando na Holanda a regulamentação do uso adulto, bem como na Suíça. México, Alemanha, Nova Zelândia, Israel e Austrália, por exemplo, já sinalizaram que pretendem legalizar tal uso também.
A expectativa é que cada vez mais países liberem todos os usos da erva.

O primeiro do mundo
O primeiro país do mundo a legalizar e regulamentar todos os aspectos (cultivo, produção, venda, posse, consumo) da maconha foi o Uruguai, em 2013.
Antes disso, outros países já possuíam alguma permissão em relação à planta, mas até então, nenhum havia aprovado a completa legalização e regulamentação.
O Colorado e Washington foram dois estados norte-americanos que legalizaram e regulamentaram o uso adulto em 2012, mas em termos de nação, o Uruguai foi, de fato, a primeira do mundo.
Sob o governo de José Pepe Mujica, o país optou por tirar a maconha da ilegalidade e desafiar o proibicionismo e a Guerra às Drogas. O ex-presidente uruguaio explica, neste vídeo, porque resolveu legalizar a cannabis.

O fundador do Ganja Talks University, João Paulo Costa, teve a oportunidade de bater um papo com o Pepe Mujica.
Durante uma hora e meia, conversaram sobre temas diversos e, agora, esse bate-papo está disponível no Ganja Talks University!
Para ter acesso a esse novo projeto, o ”Conversando com Pepe Mujica”, é só se inscrever no Ganja Talks University!