O fascínio por diamantes está parcialmente por trás do surgimento dos diamantes de THCA, a mais nova moda na extração de cannabis.

O THCA é o composto ácido da planta que se torna THC quando exposto ao calor.
O THCA cristalino está amplamente disponível há tempos, mas mesmo em níveis de pureza de até 97%, ele tende a ter uma aparência em forma de pó a olho nu.
Porém, uma empresa especializada em extrações da Califórnia, chamada Guild Extracts, usou isolamento molecular para criar cristais de THCA com níveis de pureza acima de 99%.
Com esse nível de pureza, o THCA assume forma de cristal, e esses cristais foram incorporados em extrações junto com terpenos.
Depois do pioneirismo da Guild Extractos, extratores encontraram novos métodos, de baixa tecnologia (e mais baratos), para criar cristais maiores e transformá-los em extrações.
O hype desses cristais se deve à alta potência e à beleza desses concentrados em forma de diamante.
Os fãs de extrações consomem os cristais como dabs, ao acendê-los, o THCA se transforma em THC, proporcionando a experiência de fumar lindos diamantes com alta potência.

Como os diamantes de THCA são criados
A extração de cannabis, em geral, trata da remoção de matéria vegetal e do isolamento dos compostos primários de cannabis: terpenos e canabinóides.
Os terpenos são líquidos à temperatura ambiente e à pressão regular. Por outro lado, os canabinoides assumem forma sólida nessas condições.
Para criar os diamantes de THCA, geralmente, são usadas extrações de BHO (Butane Hash Oil, uma extração com solvente). A partir do BHO, são liberadas a maioria dos solventes residuais do óleo.
O líquido remanescente é despejado em potes e deixado sozinho por duas ou três semanas, quando acontece o crescimento dos cristais.
O processo é baseado na separação, então você também obterá um extrato viscoso de terpeno junto aos cristais de THCA.
Alguns extratores buscam aumentar os cristais usando solventes. Mas especialistas indicam que a melhor forma é usar a separação (e o tempo!).

Diamantes ilegais
A ciência por trás dessa tecnologia é simples, o maior problema é a regulamentação desse tipo de extração.
De acordo com a lei de diversos estados norte-americanos, como Michigan e a Califórnia, por exemplo, o modo como são feitos esses diamantes de THCA é, em teoria, ilegal.
Os potes de vidro utilizados para armazenar o óleo de BHO que se cristaliza não estão em conformidade com os rigorosos requisitos de processo para extrações, previstos na legislação de estados norte-americanos.
Alguns extratores já tentaram buscar alternativas, mas não funcionaram de maneira eficiente.
A regulamentação se tornou um obstáculo para criar esses diamantes de maneira legalizada e eficiente.
A Guild Extracts (que patenteou seu próprio método de mineração) conseguiu criar uma maneira de estar de acordo com a lei e gerar lindos diamantes de THCA.
Mas nem todos os extratores conseguem alcançar um produto desse com novos métodos, que acabam sendo mais caros do que a simples tecnologia dos potes (ilegais), e não valem a pena em relação ao produto final.

Por trás do hype
De maneira geral, os cobiçados diamantes de THCA são bem difíceis de produzir e atender as regulamentações do mercado legal.
Porém, cristais menores, distribuídos no terpeno líquido, não são tão chamativos quando os diamantes, mas são mais fáceis de produzir. Eles também apresentam menores problemas com a lei e acabam sendo um bom produto final para o consumidor.
Esse caso específico dos diamantes de THCA mostra que o mercado legal da maconha não é tão simples quanto parece.
Novas ideias de produtos inovadores surgem a toda a hora, mas nem todas podem ser aplicadas ou disponibilizadas para o consumidor porque a rígida regulamentação costuma barrar.
Fonte: Cannabis Now