É até surreal pensar que 22 toneladas de maconha chegaram boiando no litoral brasileiro no ano de 1987.

O episódio, que ficou conhecido como Verão da Lata, presenteou diversos brasileiros com latas recheadas de maconha de primeira qualidade.

Parece história de filme, né? 

Mas aconteceu há exatos 34 anos. No dia 25 de setembro de 1987, no litoral brasileiro, chegavam 15 mil latas de maconha, que se espalharam entre as praias de Cabo Frio (RJ) e a Praia do Cassino (RS). 

Vem relembrar a história completa do episódio que marcou a cultura canábica brasileira.

(Imagem: reprodução Aventuras na História)

O navio que deu origem ao famoso Verão da Lata foi o Solana Star, que partiu da Austrália e parou para recolher a carga em Singapura, no sudeste da Ásia. 

Seu destino oficial era Miami, nos Estados Unidos. 

Depois de navegar por 65 dias, aproximadamente, o navio teve que fazer uma parada de emergência no Brasil, em setembro. 

(Imagem: reprodução History)

A DEA (Drug Enforcement Administration, dos EUA) fez o alerta sobre a carga do Solana Star para as autoridades brasileiras, enquanto o navio ainda estava na metade do caminho para cá.

Quando se aproximou da costa brasileira, o barco começou a ser perseguido pela Marinha e Guarda Costeira, perto de Angra dos Reis. 

Um grupo de 15 a 20 homens participou da caçada ao Solana Star por duas semanas, com o apoio de aeronaves, utilizando até uma fragata e um contratorpedeiro da Marinha do Brasil. Foi uma verdadeira operação de guerra. 

Já sabendo que estavam sendo perseguidos, os traficantes do Solana Star optaram por se livrar do flagrante – aproximadamente, 22 toneladas de maconha – despejando a carga próximo a Ilha Grande, na costa do Rio de Janeiro. 

Depois de jogar ao mar as 15 mil latas que continham entre 1,3 e 1,5 kg de maconha cada, os tripulantes (seis norte-americanos e um costa-riquenho, com idades entre 32 e 52 anos), que estavam sem comida e água potável, desembarcaram com o Solana Star vazio, no Rio de Janeiro. 

Após atracar no porto da cidade, a tripulação do Solana Star fugiu do país — com exceção do cozinheiro Stephen Skelton, que foi localizado e condenado a 20 anos de prisão.

Entretanto, ele ficou na cadeia por apenas um ano: era impossível comprovar sua relação com as latas do litoral, e a quantidade de maconha encontrada no navio era tão pequena que não fazia sentido condená-lo por tráfico internacional.

(Imagem: reprodução Veja São Paulo)

Onda verde

No início, as correntes marítimas espalharam as latas inicialmente no litoral paulista e fluminense, mas depois chegaram até o litoral do Rio Grande do Sul.

(Imagem: reprodução History)

Pessoas iam à praia “caçar” as latas, apesar do grande medo de ser pego pela polícia naquela época de transição entre o período ditatorial e a democracia brasileira. 

(Imagem: reprodução Catraca Livre)

Relatos apontam que a erva encontrada na lata era de ótima qualidade e super potente, ficando conhecida, inclusive, como ”veneno da lata”. 

Devido à qualidade, cada lata de maconha poderia ser comercializada por até 500 dólares na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Das 15 mil latas lançadas ao mar, a polícia só conseguiu apreender 2.543 latas. 

(Imagem: quantidade de latas apreendidas pela polícia | reprodução IstoÉ)

O resto fez a cabeça da população brasileira. 

Festival Verão da Lata

Com essa história que inspirou uma geração de entusiastas canábicos, o Ganja Talks realizou a segunda edição do Ganja Talks Fest toda dedicada ao Verão da Lata, em 2017, na cidade de São Paulo.

O evento celebrou 30 anos do episódio que marcou a história brasileira, debatendo o cenário da Cannabis no Brasil, do ponto de vista econômico, jurídico, político, medicinal, e cultural.

A edição especial do Verão da Lata contou com a participação do jornalista, escritor e documentarista, Tarso Araújo, o empresário e idealizador da Ultra 420, Alexandre Perroud, João Paulo Costa e Henrique Tortelli, criadores doWho is Happy, e outros especialistas, que realizaram bate-papos e debates. 

O evento ainda teve a exibição do filme “Verão da Lata” do cineasta Tocha Alves, e proporcionou uma experiência de realidade virtual dentro de um cultivo de cannabis, um dispensário e uma fábrica de comestíveis da planta. 

O Ganja Talks Fest foi o primeiro festival 4h20 realizado no Brasil, unindo cultura canábica, e discussões sobre as diversas áreas da maconha. 

Na Ganja Talks Store você encontra camisetas da edição inédita do festival do Verão da Lata, para levar com você uma parte da história mais icônica da cultura canábica brasileira.

Fonte: History

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.